White Lines - The spanish, the british and the portuguese


Já tinha ouvido falar de White Lines vagamente no Twitter mas foi só quando o meu pai perguntou se queria ver que lhe dei uma oportunidade. Saiu neste mês de maio na Netflix. Foi criada por Álex Pina, que fez parte da produção de várias outras séries espanholas como La Casa de Papel (esta sei que todos conhecem) e Vis a VisÉ cheia de intriga, traições, droga, incesto (?), britânicos a pronunciar Ibiza como "Aibitha" (ainda me parto a rir), mais droga e um jeitoso português (mas já lá vamos). Não, não é para crianças. 

Conta a história de Zoe (Laura Haddock) e a sua demanda para encontrar o assassino do irmão, Axel (Tom Rhys Harries), cujo corpo apareceu 20 anos depois do desaparecimento numa propriedade em Espanha (misterioso não é?). Axel tinha o sonho de ser DJ, rico e famoso com os seus amigos. Depois de várias raves em que era apanhado pelo pai (polícia) decidiu mudar completamente de ares e ir para Ibiza, bastante longe da família em Manchester.

 

(Axel - à esquerda - e os amigos a chegar a "Aibitha")



Zoe reencontra velhos amigos e descobre outras novas amizades (e não só). A audiência vai-se mantendo sempre a par com o que ela sabe. À medida que vamos sabendo mais e ficando mais confusos, percebemos que afinal Axel tinha várias camadas, podendo nem ser a pessoa que era com a irmã. 

Quando ele desapareceu sem deixar rasto Zoe entrou numa enorme depressão. Quem a ajudou foi o seu atual marido (até têm uma filhota adolescente). Estando a reviver os acontecimentos faz com que muitas pessoas à sua volta pensem que está instável psicologicamente. Contudo, a viagem para Ibiza acaba por ser mais do que uma necessidade de saber o que aconteceu. Vemo-la a descobrir mais sobre ela própria e a soltar-se (finalmente). É algo que percebemos que devia ter feito mais cedo. Não só foi capaz de largar os fantasmas do passado como errar e aprender outra vez. Zoe vive a vida como nunca tinha vivido. 

Se insisto que o Nuno Lopes fez um papel fenomenal é porque fez mesmo um papel fenomenal. E não posso deixar de falar na cena em que dizem o nome verdadeiro da personagem (Duarte Silva). O meu pai virou-se logo para dizer "é tuga". Obviamente, Silva só podia ser português. Mas não é o único lusitano por aquelas bandas. Acho que não tenho de explicar muito quando falo no Paulo Pires, pois não? E o rapaz que faz de Boxer (Nuno Lopes) mais novo também é português (Rafael Morais). Assim sim. Adorei imenso este funfact porque, como qualquer português, gosto de ver portugueses a representar em produções internacionais. Lá vem a lagrimita ao olho.


(Nuno Lopes como Boxer)

As imagens de Ibiza são incríveis, mostram-nos paisagens lindas de morrer que nos deixam com vontade de lá ir ver com os próprios olhos. A edição também lhe deu outro charme, em muitas cenas há um filtro quente na imagem que lembra muito o verão, festas e praia. 



Não vos digo qual é a minha personagem favorita e acho mesmo que não conseguem descobrir sozinhos, dou-vos essa hipótese. Os atores são todos magníficos, sem exageros. Não há nenhuma personagem que eu ache que seja desnecessária, fazem todas sentido na história e as suas personalidades são um bónus para os acontecimentos. 

Dos 10 episódios não me fartei de nenhum. Honestamente. Até podem dizer que eu gosto sempre de tudo (quem me conhece) mas também não é verdade e tenho de reconhecer que esta série foi mesmo uma boa surpresa. Não gostei muito dos cães a "snifar" cocaína mas não falemos sobre isso. 

Há sempre alguma coisa a acontecer, então para aqueles que ficam facilmente aborrecidos posso prometer-vos que não se fartam. Se não gostarem do primeiro episódio vou ter de vos pedir para ver mais um ou dois e aí percebem. Aposto que uns vão acabar a série a dizer "eu sabia", mas será que sabiam mesmo? O fim deixa várias perguntas em aberto. 

Esta série em castelhano e inglês tem mesmo um grande encanto. E apesar de ser quase 98% mistério também põe comédia à mistura, acabando por não ser sempre tão intenso. Não se vão arrepender se lhe derem uma oportunidade, confiem em mim.




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